O ABC do extintor – As classes de fogo ABC.. DEFK: Selecionar um extintor de incêndio parece uma tarefa bem simples, e realmente é, se o projetista assim quiser. Acontece que em muitas vezes a seleção equivocada de um tipo de extintor pode incorrer em grandes transtornos na operação em caso de incêndio.

porque isso acontece? Munhoz ExtintoresPor que isso acontece?

Ao optar em utilizar um extintor de água, que é adequado para a classe A (papeis, madeiras, tecido, por exemplo), se imagina que esse é o risco predominante da edificação. Mas pensando bem… existe edificação que tem apenas materiais classe de fogo A?

Muito raro: me lembrei de depósito de caixas de embalagens. Os demais casos em que o risco predominante é de classe A como escritórios (mesas, cadeiras e papeis) muito provavelmente terão computadores, tomadas, energia elétrica de maneira geral. Assim sendo juntamente com o extintor de água (não intercaladamente), precisaria ser colocado um de pó BC, uma vez que esse tem a propriedade da Classe C de não conduzir eletricidade.

E na hora do vamos ver? Se utiliza um pouco do extintor de água e um pouco do de pó BC? Complexo, não é? Se colocássemos simplesmente um extintor do tipo de pó ABC, ficaria mais fácil? Indubitavelmente que sim!

Os extintores do tipo ABC, ou seja, que abrangem todas as classes de fogo acolhidas pelas normas brasileiras até o momento, é incontestável no requisito facilidade, praticidade e agilidade na tomada de decisão. Ou seja, praticamente um leigo conseguiria fazer essa escolha.

Quando ele não é recomendado?

Quando é proibido extintores classe ABC, Munhoz ExtintoresRaras exceções, basicamente em 2 casos: em algumas indústrias químicas onde o agente extintor de fosfato monoamôico pode reagir com a substância fabricada/armazenada; área de hangares ou que contenham aeronaves pois pode causar uma corrosão agressiva na liga metálica do avião. Em ambos os casos, se tratando do extintor de pó. Todavia é possível se utilizar do extintor halogenado, que também é ABC.

Ressalvo, que a classe de fogo C não e bem uma classe de fogo, é uma característica. Como assim? A Classe A são matérias sólidos que quando queimam deixam resíduo (madeira, papel e tecido etc); a Classe B são líquidos inflamáveis (gasolina, diesel, etanol etc); a Classe C são materiais elétricos energizados (quadros de energia, capacitores, banco de baterias etc). Entretanto, um computador ou quadro elétrico, por exemplo, se retirarmos a energia, no que se transforma? Em plástico, correto? Sendo assim, Classe A.

Quando se retira a condição da energia elétrica sempre o equipamento se transforma  em outra categoria de fogo. Quer dizer se eu retirar o computador da tomada, posso jogar água? Se não estiver em um nobreak e não tiver um capacitor… sim!

Além disso, há a questão de capacidade extintora, ou seja, o quanto o extintor apaga de fogo, que não vou entrar no mérito nesse momento, mas que existe para classe A e B, mas não para classe C.  Como falei, a Classe C é uma condição e portanto os extintores são A e/ou B e recebem a característica de C por não conduzirem eletricidade, nas condições da norma de fabricação, quando utilizados. O extintor de pó B, quando não conduz eletricidade recebe a classe C e vira BC, o AB, da mesma forma e se transforma em ABC.

Existem fabricantes se preparando para lançar um extintor AC, que seria um água nebulizada, com partículas tão pequenas de água em spray que não conduziriam eletricidade. Todavia estão em estudo e testes, sem previsão de lançamento no Brasil. Todavia existe o AB, caso do extintor de espuma mecânica, que não é homologado com a Classe C por ser à base d’água e conduzir eletricidade, assim como o extintor de água é apenas classe A.

Alguns Elementos Pirofóricos

Alguns Elementos Pirofóricos

A classe D é, na literatura de combate ao fogo, o incêndio em substâncias pirofóricas. Esse nome se atribui aos materiais, geralmente metais, que reagem com o ambiente e entram em combustão sem que haja fonte de ignição clara ou comburente. Alguns metais que apresentam essa característica de piroforicidade são o lítio, alumínio, magnésio entre outros. Em função desse aspecto o fogo da classe D é de difícil extinção, por isso precisa de um equipamento apropriado. Não se utiliza o nome extintor de incêndio para esse equipamento, pois as normas brasileiras não contemplam essa classe de fogo.

A classe E é, na literatura de combate ao fogo, o incêndio em substâncias radioativas. É um equipamento na pratica inexistente, pois nessa condição são poucas coisas que pode se fazer em casos de incêndio desse tipo além de não se recomendar interferência humana nesses casos de radioatividade.

A classe F ou K é a considerada em incêndio de óleos e gorduras, que geralmente pode ocorrer em cozinhas, do inglês kitchen, por isso K. Na literatura europeia pode ser chamada também de classe F. Utiliza um agente saponificante que reagem com material em combustão e o fogo abafando e contendo os vapores da queima. Não se utiliza o nome extintor de incêndio para esse equipamento, pois as normas brasileiras não contemplam essa classe de fogo.

Mas se minha empresa ou condomínio possui o extintor A e outro BC, como faço? Procure um treinamento de brigada para instruir você e sua equipe ou busque a substituição por extintores ABC ao longo do tempo. Faça uma programação e certamente terá esses benefícios de agilidade, facilidade, comodidade e praticidade.

Diogo Munhoz Ortega Jr.

Diogo Munhoz Ortega Jr.

Diogo Munhoz Ortega Junior é engenheiro de segurança do trabalho, engenheiro civil e tem pós graduação em perícias e avaliações de engenharia além de especialização em investigação de incêndio e explosões. Atua como Diretor Técnico da Munhoz Extintores e Comandante da Ortega Extintores.

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